Quem abrirá minhas porteiras
daqui até o meu rancho
muitas delas tem caranchos
esperando cordeiradas
cada uma,histórias tem
umas abrem o meu bem
outras piás descamisados
o resto eu mesmo abro
tenho ânsias do que vem.
Quantas corujas nos campos
codornas,lebrões também
os sonhos juntos eu levo
da fartura desmedida
campos lotados de vida
estância cumpre o legado
de sustentar bem o pago
poucos com fome tem.
Ao chegar fazenda larga
o sol se põem lá atras
parece um ser fugaz
com promessas de voltar
vem o breu e o frio tras
aconchego da morada
mate condena as magoas
cordeona e viola apraz.
O amanhecer é belo
exuberância das lidas
o rio Uruguai cheio vida
muralhas de um continente
o São Lucas tão contente
manuã abaixo tem
cardumes de peixes vem
encher canoas perdidas.
A festança com a peonada
ao redor de um novilho
um tacho só com mandioca
as cucas da velha Cota
adoçam estes semblantes
saudades que tenho dantes
lacrimeja este individuo
nunca me sentirei perdido
nestes pagos tão distantes.
As marcações desde cedo
bago do boi na brasa
churrasco corte de adagas
lambuzando os bigodes
esforço que é tão nobre
por uma causa comum
nos campos todos por um
irmãos nas camperiadas.
Meus mestres aqui passaram
destas para outras estradas
os bugios já anunciaram
o fim deste intento
que eu levo,eu lamento
por perder nesta vivência
estes que minha existência
encantarão luarada.
Pio Medeiros
Bem vindo à blogsfera, Pio!
ResponderExcluirComo disse, tuas palavras passeiam por entre coxilhas e ais... e eu gosto.
Um beijo e vida longa aos escritos!