Cindinho Medeiros
Minha homenagem ao grande poeta e amigo
(In memoriam)
Cindinho.
J.Norinaldo.
Fui fazer uma visita a um grande amigo e poeta,
Que havia sido eleito para tertúlias no céu,
Cheguei tirei o chapéu numa morada esquisita,
E vi em cima da cripta o retrato do Cindinho.
Tentei fazer uma prece das poucas que eu sabia.
Esqueci a poesia que ele tanto gostava,
Nessa hora a língua trava e a palavra não sai,
Só lembrei que esta falava sobre o Rio Uruguai.
“Uruguai, cancha das águas entre Argentina e Brasil,
Num disparadão sutil lembra o velho Boi Tatá
Onde os do lado de lá, conservam mágoas oriundas.
Porque as águas mais profundas pendem pro lado de cá”
"Uruguai das ilhas grandes, farol mudo do balseiro
Antigo chão brasileiro que dantes dera buchinchos,
Mui quebrador de curinchos não é como as praias belas
Em vez de lindas donzelas, tem rebanhos de capinchos".
(Parte da poesia Rio Uruguai, de Gomercindo Medeiros Filho)
Ah! Quantas vezes te vi orgulhoso a declamar este hino,
Lá pras bandas de Garruchos vendo a fogueira queimar
Esperando o chibo assar e a cerveja lá no poço gelando.
E nós ali escutando, eu, Noel Guarani e Cenair Maicá.
Ah! Quanta lembrança boa ó meu amigo Cindinho
Vez por outra um sapucaí que alguém gritava a esmo
E entre um trago e outro Cindinho sempre dizia
Agora me deu medo. E sabe de quem? De mim mesmo!
Bem agora estás ai, com teu amigo Noel e também o Cenair.
Eu ainda estou por aqui esperando a hora certa
Sei que a porteira está aberta, só não sei quando partir.
Mas, quando isto acontecer outra vez vamos nos reunir.