Penas do Pio

Poesia Missioneira

suporte do blog - Ricardo Kraemer Medeiros (Pio)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010


Céu Finito



A funda foi com bodoque
Pedra que o mar cruzou
Acertando a existência
Cabocla não mais amou



Morena que gostou tanto
Sente que hoje perdeu
Sua cor e sua língua
Colhe espinhos como eu



Semente não se plantou
Sua memória é estranha
Perdeu rumo e sua essência
Despencou em suas entranhas



Não mais é uma cabocla
Sumiu até sua vaidade
Foi morar lá bem distante
Cavernas na eternidade



Trocou novos caminhos
Diário entristeceu
Seu mundo não tem doçuras
Nossa semente morreu.
ARvoredo

Recebe de mim alpiste
Canário dentro de mim
Alimenta minha alma
Jujubas, coisas assim.
Não há trancas na gaiola
é liberta a emoção
cercas com seus farpados
são cordas do meu violão.
Voa muitos pensamentos
Deixe o vento te enfrentar
Receba tudo a seu tempo
Todos eles são de amar.
Cigarras 

Oigaletê tranco aflito
Remoendo pensamentos 
Sempre busco no infinito
Elixir a meus lamentos
São passos que por valente
Devemos sempre imprimir
Não nos dando por vencidos
Em qualquer mero existir

Adagas lutam com lanças
Missoneiro meu porvir
Plenitude se alcança
Guerreiro desde guri
Tracei meu rumo certo
Nunca sou de desistir
Na guerra luto no tapa
Qualquer caminho por ti.


Não desdenho a cigarra
Formigas retiram a cor
Adoçando paisagens
Não salgo tanto o suor
Nossos cantos se misturam
Nas essências com sabor
Esperança de quem canta
Um dia morrer...de amor