Penas do Pio

Poesia Missioneira

suporte do blog - Ricardo Kraemer Medeiros (Pio)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Sou cepa de algum pau ferro,
sempre forjando machados.
Sou Missioneiro
fui arado
enfrentei noites tão frias
hoje tudo alegria
rancho que fogo aquece
amor que tudo enaltece
se demoras tudo esfria.
Rasgar o Peito

Rasguei meu peito no ferro consegui me permitir
cinquenta chegando aí e eu já nem mais percebia
me judiava manhãs frias me levando de arrasto
tempestades com laçassos lembranças que não desfaço
uma coisa sempre faço viver com muita alegria.
...
Depois do peito aberto fui conhecer o terreno
peito cheio de flores em outros tudo moreno
dito bem desajeitado mas aquele ar campeiro
dizendo o tempo inteiro que os campos estão lotados
invernada engorda o gado a fazenda prosperando
e os percalços da vida sempre vamos enfrentando.
...
Como explicar esta lida de formar algo em nós
construímos nossos fortes que terão de suportar
não podemos mais deixar que o peito seja lacrado
arejar de lado a lado dar mais vida pro vivente
pois qualquer peito carente após o inverno é enterrado.
...
Tantos aqui passaram e muitos que passarão
a viajem dentro do peito é longa e demorada
muitas pedras pelas estrada os pés quase descalços
as vezes de sobressaltos nos perdemos no caminho
noites com muitos espinhos calos em todos rastros.
...
No peito da para enxergar o porvir amanhecendo
a certeza nos sabemos que devemos labutar
os filhos devem atuar nunca esquecendo a honra
chimarrão aquece a ronda que fizemos com direito
de abrir sempre o peito para ele se acalmar
...

Sempre houve um sol raiando devemos apreciar
temos de acariciar de ventilar sempre o dito
pois não fico mais aflito fazendo com que se feche
rosários, escapulários e velas também me aquecem.
...
Pobre das mães que estremecem somente de imaginar
que os peitos irão fechar não permitindo suas preces
seremos nós os algozes não deixar elas entrarem
faço agora o acerto mandar abrir todo o peito
botar tapete vermelho para orar por quem merece.
...
Está bom até que não esta tão mal
não contando lamaçais também balaços no peito
o resto tudo direito abram a porteira dos ventos
peço com meus argumentos o sopro de boas novas
muitos poemas amor com prosa e as crianças correndo
afastando os lamentos um peito com mar de rosas
.
Luz e Sol

Amando do calado o tal fruto proibido
pode até ser um pedido dos que querem sol e luz,
não entendo esta cruz que carregamos fincado
em nosso peito calado cravado que nos conduz.
-
Tão triste ter a certeza de um grito sufocado
perdemos todos os lados com sobra de aflição
precisamos da lição para saber a conduta
se não tiver muita luta ficamos cravados no chão.
-
Correntes de água limpa que nos libera do fosso
não devemos alvoroço para satisfazer ninguém
Devemos sempre ao bem, as andanças com ternuras
Bebendo só água pura ... que forja homens de bem.

-
Cai pingos de chuva agora frescor que nos acalenta
partilhamos a mesma crença de quem vence é o bem,
sabemos antes além, caminhos virão depois
enquanto sobra nós dois pingos de água benta.
-
O paraíso aproxima escuto cantos flauteados
eu sei que o pai esta perto conduzindo a invernada
não existe estrada errada para quem cruzou desertos
garanto que estou bem perto com sintonia na ida
não vamos mais ser punidos por comer maçã proibida.
-
Vejam só, a luz veio com sol, triste ficou o lençol
Sabendo da despedida aguentar sua ferida
Até o fim do dia quem sabe em noite fria
Em horário decidido você venha para a cama
rasgue ou se cubra comigo.
Amoitado

Amoitado em meu semblante
Descubro não ter vazios
Nesta imensidão constante
Corredeiras rios distantes
Lajeados, açudes lindos
Taipas de pedra bolindo
Amadas, águas constantes.

Não nos cabe indagar
O trunfo que nós herdamos
Descendência soberana
Sangue puro Tiarajú
Fomos nós sempre altaneiros
A cavalgar ventania
Em calores, noites frias
Orgulho ser missioneiro,
Sempre seremos os primeiros
Amortecer vento sul.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Pureza

Água de poço é funda
vertente das profundezas
é a nossa natureza
que fala neste momento
não devemos ter lamentos
somente plantar fartura
lavar tudo na brandura
coração, alma que sente
serenos, sempre contentes
com esta cacimba pura.