Penas do Pio

Poesia Missioneira

suporte do blog - Ricardo Kraemer Medeiros (Pio)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Estrelinha

Estrela cadente
Sedenta de espaços
Ilumina caminhos
Todos compassos

Persegue infinito
Alma a saber
Gera pedidos
Razão de viver

Dona do mundo
Em um segundo
Parte ao meio
Que viu  crescer

Não ter um abraço
No céu poente
Decerto que sente
Sozinha morrer.

Tola

Sentir no ar inverdades
de quem passa sempre em vão
certo não tem coração
abstém sede doçuras
possui uma alma dura
digna de feiticeira
ninguém entende o dialeto
não sentir nem ter afeto
Já é uma noite escura.

Tolice os devaneios
de quem deveria amar
conhece todos os mares
como ir como voltar
não espera nem brotar
redoma é sua morada
cincha estrelas pela estrada
torniquetes e torturas
possui uma pena dura
ninguém que lhe queira amar.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Na estação em que estamos
quatro são nossas partidas
verão que calor espalha
inverno não tem saída
outono me descabela
prima Vera estou de saída.
Pensando na Vida
 
Manotaços pelo peito
Seguido me desaforam
Falando de uma aurora
Deve ser nosso ideal
Não pensar que é tudo igual
lapidamos nossas vidas
ensejar sempre melhoras
Esquecer de tanto mal

Estrelas noites afora
evocando um ritual
saber quem doma afinal
perceber vida na flora
ir sorvendo sem demora
não existe a pobreza
aqueles de vida andeja
peões que lutam com esporas

Não temos mais uma vida
nesta vida que vivemos
talvez um gato sereno
empreste algum no ritual
não deixe que o formal
entrave suas centelhas
reparta suas doçuras
nunca faltara igual

Doce e o salgado
certo e o errado
como vamos definir
misturas no existir
quem possui um veredicto
pra quem sempre anda aflito
suplicando ao infinito
Conceder um elixir

Correta nossa conduta
forcejamos na altura
dobramos almas tão duras
nos amansamos na lida
saramos todas feridas
irmanados na labuta
pensando que nossa luta
é a melhor de ser vivida.
Hoje te ví perto do mar
percorri dunas tão altas
na ânsia de te encontrar
passei por tantas sereias
todas elas pela areia
foi prá você meu amar.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Partir

Conhecer estes teus olhos
Perecer desta tal dor
Saber que uma saudade
Se despe sem ter pudor

Repartir os sentimentos
Partilhar o mesmo andor
Ardida parte estropiada
Nunca tocar esta flor

Parte negra esperança
Plantar amores e ais
Nasceu em corações
Algo que não se desfaz

Parta agora o teu ninho
Enfrentará o dissabor
Não ter tocado nos lábios
Dois aguardam prá depois.

Verde tornar madura
Descobrir este  sabor
Todos temos a vontade
Um dia sermos amor.