Penas do Pio

Poesia Missioneira

suporte do blog - Ricardo Kraemer Medeiros (Pio)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Quarto de Meninas I I I







Entardeceu na estância


Ânsia em sol baixar


Desejos a realizar


Noite inebriante


Mulheres que ofegantes


Arranhavam as paredes


Caraguatá não chegava


Sacrifício a protelar






Luz do candeeiro acesa


Relva exalando rosas


Lala sempre fogosa


Queria já sua porção


Lele impediu com a mão


Lili completou conversa


Somos quatro com carência


Não requer pressa então






Alarde do cusco coxo


Homem dentro do rancho


Meninas lábios pintados


Beijaram Caraguatá


Lili puxou vem pra cá


Lele agarrou com jeito


Lala como quem dançava


Tirou as roupas do piá.






Tacho de ferro em brasa


Misturas de alquimias


Ferventes estas gurias


Interagir quatro vidas


Luxurias sem recaídas


Entrelaçados no ardor


Manjar a todos sem dor


Fortes achando saídas.






Campo cala amor em fúria


Não escutavam um pio


Sentiam os arrepios


Brotavam pelos pescoços


Um fogo cheio e tosco


Pau Ferro abastecia


Naquelas noites tão frias


Amantes aquecem o frio






Lele virou em doçuras


Suas salinas findaram


Camareiras arrumaram


Quarto vermelho em flor


Não queria seu amar


Singrar mares distantes


Sabe que amores adiante


Jamais iram se igualar






Lili belo estuário


Licor de fruta madura


Sua estrutura dura


Não permite partilhar


Quer pra si somente amar


Não vive da água alheia


Manear-se em uma teia


Algo dela a tear.






Lala anjo em terra


Vertente toda carinho


Alma pura sangue nobre


Disfarçada na candura


Possui a tal alma pura


Digna de ser parceira


Muito mais que altaneira


Abre picadas em espinhos






Três mulheres estonteantes


Caraguatá que afirma


Coração grande ensina


Amar com sensatez


Vamos carnear uma rês


Assamos um bom churrasco


Amanha eu me refaço


Começo tudo outra vez.

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