Quarto de Meninas I I I
Entardeceu na estância
Ânsia em sol baixar
Desejos a realizar
Noite inebriante
Mulheres que ofegantes
Arranhavam as paredes
Caraguatá não chegava
Sacrifício a protelar
Luz do candeeiro acesa
Relva exalando rosas
Lala sempre fogosa
Queria já sua porção
Lele impediu com a mão
Lili completou conversa
Somos quatro com carência
Não requer pressa então
Alarde do cusco coxo
Homem dentro do rancho
Meninas lábios pintados
Beijaram Caraguatá
Lili puxou vem pra cá
Lele agarrou com jeito
Lala como quem dançava
Tirou as roupas do piá.
Tacho de ferro em brasa
Misturas de alquimias
Ferventes estas gurias
Interagir quatro vidas
Luxurias sem recaídas
Entrelaçados no ardor
Manjar a todos sem dor
Fortes achando saídas.
Campo cala amor em fúria
Não escutavam um pio
Sentiam os arrepios
Brotavam pelos pescoços
Um fogo cheio e tosco
Pau Ferro abastecia
Naquelas noites tão frias
Amantes aquecem o frio
Lele virou em doçuras
Suas salinas findaram
Camareiras arrumaram
Quarto vermelho em flor
Não queria seu amar
Singrar mares distantes
Sabe que amores adiante
Jamais iram se igualar
Lili belo estuário
Licor de fruta madura
Sua estrutura dura
Não permite partilhar
Quer pra si somente amar
Não vive da água alheia
Manear-se em uma teia
Algo dela a tear.
Lala anjo em terra
Vertente toda carinho
Alma pura sangue nobre
Disfarçada na candura
Possui a tal alma pura
Digna de ser parceira
Muito mais que altaneira
Abre picadas em espinhos
Três mulheres estonteantes
Caraguatá que afirma
Coração grande ensina
Amar com sensatez
Vamos carnear uma rês
Assamos um bom churrasco
Amanha eu me refaço
Começo tudo outra vez.
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