Penas do Pio

Poesia Missioneira

suporte do blog - Ricardo Kraemer Medeiros (Pio)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Extraviados

Na estância apareceu guaxo

Enrolado em uns trapos

Berrava mais que boi sapo

Anunciando o intento

Nasceu com seus lamentos

Abandonado em pelegos

Demonstrou coragem a medo

Bandida atitude andejo.

*

Recolhemos o extraviado

Levamos calor do rancho

Mangerona fogo em canto

Sem encarangar os pelos

Pensar possuir dois selos

Temos tudo nesta vida

Pai e Mãe sem tais feridas

Nascer jogado em barrancos

*

Já dizia santo homem

Pai quem cria nesta vida

Risadas muitas folias

Corria daqui pra lá

Quebrava vidros, sabiás

Bagunçando tudo as favas

Não imperando anarquia

Silencio em casa não dá..

*

Cresceu piá, se fez rapaz

Agarrou rumo do povo

Estudos estão por lá

Saudade é de amargar

Ficamos nós nestes fundos

Aguardamos nos segundos

As voltas que o mundo dá

Ah! que a saudade se vá

Do guri que cruzou mundo.

*

Um dia avistei poeira

Percebi agitação

Coração salta na orelha

Guaxo voltou rincão

Mamar mãe natureza

Que nunca abandonou

Largados pelas porteiras

Que um dia alguém juntou.

*

Apeou forte bonito

Doutor grau ele colou

Anunciava quatro ventos

Reverencia a quem salvou

Comprou fazenda Figueira

Aquele peão o criou

Ficou senhor da estância

Terra que lhe gerou.

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