Extraviados
Na estância apareceu guaxo
Enrolado em uns trapos
Berrava mais que boi sapo
Anunciando o intento
Nasceu com seus lamentos
Abandonado em pelegos
Demonstrou coragem a medo
Bandida atitude andejo.
*
Recolhemos o extraviado
Levamos calor do rancho
Mangerona fogo em canto
Sem encarangar os pelos
Pensar possuir dois selos
Temos tudo nesta vida
Pai e Mãe sem tais feridas
Nascer jogado em barrancos
*
Já dizia santo homem
Pai quem cria nesta vida
Risadas muitas folias
Corria daqui pra lá
Quebrava vidros, sabiás
Bagunçando tudo as favas
Não imperando anarquia
Silencio em casa não dá..
*
Cresceu piá, se fez rapaz
Agarrou rumo do povo
Estudos estão por lá
Saudade é de amargar
Ficamos nós nestes fundos
Aguardamos nos segundos
As voltas que o mundo dá
Ah! que a saudade se vá
Do guri que cruzou mundo.
*
Um dia avistei poeira
Percebi agitação
Coração salta na orelha
Guaxo voltou rincão
Mamar mãe natureza
Que nunca abandonou
Largados pelas porteiras
Que um dia alguém juntou.
*
Apeou forte bonito
Doutor grau ele colou
Anunciava quatro ventos
Reverencia a quem salvou
Comprou fazenda Figueira
Aquele peão o criou
Ficou senhor da estância
Terra que lhe gerou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário