Casa de Campo
Casa de campo fechada
Portas e suas tramelas
Trancas cinza nas janelas
Rendados suaves aranhas
Chão poeira pelas camas
Pecado forte explícito
Amores já no infinito
Brotaram flores nas gramas
...
Vassouras todas a postos
Baldes, panos, água também
Lavar amargos que tem
Em cada canto da casa
Não desprezar quem morava
Botando fora seus quadros
Guardar fundo, nos mascados
As vezes rever faz bem.
...
Pátio todo rasgado
Galhos secos, muitas urtigas
Tropas formigas atrevidas
Levando o verde que tem
Fazer acerto lá toca
Levem quem de mim não gosta
Não carreguem o meu bem..
...
Não ter chaves nem cadeado
Permitir abrir a porta
Ar que passa, aqui não volta
Levando o mofo odor
Com certeza vai a dor
Coração todo estropiado
Aguardando no cercado
O seu novo morador.
Ô Pio velho de guerra,esse teu poema me remete a saudades de uma coisa que não vivi,mas é a origem do meu pai.Da simplicidade daquela casinha lá fora,tão sem luxos mas enorme em aconchego e saudades.
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