Penas do Pio

Poesia Missioneira

suporte do blog - Ricardo Kraemer Medeiros (Pio)

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Casa de Campo

Casa de campo fechada

Portas e suas tramelas

Trancas cinza nas janelas

Rendados suaves aranhas

Chão poeira pelas camas

Pecado forte explícito

Amores já no infinito

Brotaram flores nas gramas

...

Vassouras todas a postos

Baldes, panos, água também

Lavar amargos que tem

Em cada canto da casa

Não desprezar quem morava

Botando fora seus quadros

Guardar fundo, nos mascados

As vezes rever faz bem.

...

Pátio todo rasgado

Galhos secos, muitas urtigas

Tropas formigas atrevidas

Levando o verde que tem

Fazer acerto lá toca

Levem quem de mim não gosta

Não carreguem o meu bem..

...

Não ter chaves nem cadeado

Permitir abrir a porta

Ar que passa, aqui não volta

Levando o mofo odor

Com certeza vai a dor

Coração todo estropiado

Aguardando no cercado

O seu novo morador.

Um comentário:

  1. Ô Pio velho de guerra,esse teu poema me remete a saudades de uma coisa que não vivi,mas é a origem do meu pai.Da simplicidade daquela casinha lá fora,tão sem luxos mas enorme em aconchego e saudades.

    ResponderExcluir